terça-feira, 23 de abril de 2013

Depoimentos de leitura dos integrantes do grupo

Daniela Miranda Fernandes Santos

Minha relação com a leitura surgiu antes mesmo de entrar na escola, desde que nascemos iniciamos uma leitura do mundo, do contexto a nossa volta. Com as primeiras palavras surgiram a expressão das leituras realizadas e associado a isso as brincadeiras de escolinha com as colegas de rua. Morava do lado de uma escola, minhas tias maternas e minha irmã mais velha eram professoras, além disso, muitos vizinhos, pais dos meus colegas de infância, também eram professores: a D. Verenice e o Sr. Dirceu eram os diretores da escola e pais da Cristiane e do Cleverson, a D. Iraci, uma professora aponsentada, vó da Sheila; a D. Maria Celoto, mãe da Paula; a D. Esther, mãe da Viviam e da Luciana; a Lólia era sobrinha da Prof. Neuza. Mergulhada neste contexto, brincava muito de escolinha. E nestas brincadeiras, mesmo sem saber ler, já realizava algum tipo de leitura, mesmo que por meio de simulações, tentativas de leitura... Como era a caçula, “temporona”, entre sete irmãos, ganhava muitos livros de historinha e disquinhos que contavam estórias Me lembro de uma coleção de disquinhos de vinil coloridos pequenos, cada um de uma história: Chapeuzinho vermelho, Branca de neve e os sete anões, A formiga e a cigarra, O soldadinho de chumbo. Ao ouvi-los ficava acompanhando as imagens no livrinho e tentando adivinhar o que estava escrito, que momento mágico...

Já no período escolar, li muitos livros, tinha campeonato de leitura na minha escola, prêmios para quem lia mais livros, eu nunca fui a vencedora, mas isso me incentivava de alguma forma a estar sempre lendo um livro. Li, A Ilha perdida, A Montanha Encantada, Cachorrinho Samba, A hora do Amor, A marca de Uma Lágrima, entre outros. Preferia os de menos páginas... Além destes, lia os livros indicados pelas professoras de Língua Portuguesa para fazer as provas e as famosas fichas de leitura, destes eu não me lembro, nem para citar os nomes...

No Ensino Médio, tínhamos que ler aqueles romances imensos, confesso que raramente os lia por inteiro. Como estudava em escola pública, pegava emprestado com os colegas da vizinhança que estudavam no Anglo e no Objetivo o resumo dos livros para fazer as provas.

Durante a primeira faculdade, Ciências e Matemática, as leituras se resumiam nos textos teóricos acadêmicos e além destes, de vez em quando lia um romance qualquer da coleção Julia, Sabrina, não era muito de ler. Lia também o jornal, trabalhava no comércio da família e quando o movimento estava parado, lia o jornal Estadão e o jornal Comarca da Cidade.

Na Pedagogia, tive um contato maior com textos teóricos, onde fui ampliando o hábito de ler e escrever.

Enquanto professora já li vários livros relacionados à Matemática: o Diabo dos Números, alguns do Malba Tahan, muitos paradidáticos, alguns sobre didática da Matemática, A criança e o número (Kamii), outros da coleção da Katia Smole junto com Diniz e Cândido, entre outros.

Mas no mestrado, o que era aquilo, um turbilhão de leituras, acho que o que lia numa disciplina eu não li durante os quatro anos de faculdade. E o pior era que além de ler tínhamos que escrever artigos, os capítulos da dissertação. Foi onde adquiri o hábito de ler e escrever, mas confesso que a duras penas...  Quando conclui o mestrado, li alguns livros, como O menino do pijama listrado, O Soltador de Pipas, entre outros, por sentir falta de estar lendo algo.

Hoje, embora não tenha tempo de ler textos da literatura, estou o tempo todo lendo algum texto sobre formação de professores, álgebra, sobre ensino de conceitos matemáticos, temas da minha pesquisa de doutorado, fora os de metodologia da pesquisa...



Denise Aparecida Gomes

Olá pessoal e tutor Roberto,

 Minha experiência leitora foi bastante interessante e diversificada, pois meus pais eram professores, minha mãe PEB-I e meu pai professor de química. Minha infância foi rodeada de livros e meus pais não mediam esforços para que essa competência leitora realmente fosse cada vez mais forte em mim.

Lembro-me também da época de leitura dos clássicos da literatura, alguns com linguagem bem difícil, mas exigidos nos vestibulares e os professores exigiam a leitura, resumos e provas. Também faz parte das minhas recordações uma ficha que era preenchida com idéia principal e resumo dos personagens com fechamento através de seminários para socialização dessas fichas e eu morria de medo quando era minha vez de apresentar, tempo bom.


Atualmente, leio num ritmo menor, pois acabo me focando mais na leitura especifica e pedagógica, porem não devo esquecer que somente com a leitura é que teremos a oportunidade de conhecer novos espaços, pessoas, lugares e por alguns momentos nos permitir entrar no mundo dos sonhos e idealizações.

 
Erlene Bettin Bertino

Fui alfabetizada por meio de cartilhas, a leitura na escola ainda era tida como obrigação e usada como uma atividade avaliativa para o professor se certificar-se de que havia cumprido com a obrigação de ler.

Hoje faço leitura de textos e livros matemáticos, pois a leitura é importante para  estimular o desenvolvimento de habilidades de atenção e observação, incentivando a organização e a expressão de ideias, a criatividade, o enriquecimento de vocabulario e ela também nos torna mais críticos e capazes de considerar diferentes perspectivas.



Everaldo Aparecido de Godoi

Olá Prof Roberto, tudo bem? Bom, minha experiência com leitura e escrita foi muito interessante e diferente de muitos relatos. Boa parte dos colegas testemunharam que foram tendo contato com fontes para leitura e foram desenvolvendo o gosto e a paixão pela prática. Eu já não. Como sempre fui de zona rural e culturalmente meus pais e meus familiares vizinhos não liam muito; e aqueles que liam não me conquistavam para tal e nem me seduziam. Tive muita dificuldade para dominar a leitura dos livros de 1ª série, mas aprender mesmo foi em casa com meus pais. Mas não tive exemplo que me inclinassem para o hábito e paixão pela leitura. Hoje, acredito que seria bem produtivo profissionalmente ter sido um maníaco das livrarias e bancas (quando eu fosse na cidade, de meses em meses); seguramente me pouparia esforços do dia-a-dia.


Me lembro de algo na 4ª série, onde a professora pediu-nos uma redação para nota. Me lembro que eu escrevi sobre um personagem que gostava muito: "O super homem"; resultado, escrevi 10 folhas frente e verso sobre ele; minha redação teve nota máxima.


Até hoje, sinto que somente a leitura não me basta para sintetizar algum conteúdo completamente, preciso considerar paralelo um vídeo,  consolidando minhas reflexões e produções.


Mas concordo com todos os colegas quanto aos inúmeros benefícios tais hábitos lhe renderam; fico até invejando tamanha oportunidade. E hoje leio muito a Bíblia e reflito nas interpretações disponíveis das histórias do velho e novo testamento, assim como revelações não encontradas em muitos livros. Hoje, não leio muito, mas até o momento me considero feliz e realizado com meu rol de leitura cotidianas; ciente dos adicionais ganhos com a extensão deste rol.


 

Ewerthon Daniel Vaz

Como disse a Léia (chamo-a de Léia pois a considero minha irmã), belos depoimentos. Eu tenho poucas lembranças de contato com a leitura enquanto criança, pois com 6 anos de idade já trabalhava com meu pai (orgulho da minha vida que me ensinou a ver o mundo de diferentes maneiras) e meu contato com livros era somente na escola. Fui reprovado na primeira série por que tinha problema de visão e a professora percebeu aos 6 meses de aula. Com isso, não conseguia acompanhar a turma, o que me marcou muito e me fez tomar uma séria decisão: a partir daquele ano não reprovaria mais. Mantive minha palavra e isso foi cumprido até os dias atuais, adoro estudar e sei a importância da leitura. Na escola adorava tudo que envolvia cálculo, porém tinha dificuldades nas demais disciplinas e hoje compreendo que era um sofrimento por eu não ter o hábito de leitura. Já na faculdade, percebi que deveria me aprofundar na leitura para obter sucesso em minhas avaliações. Quando comecei a dar aula, percebi no início que os alunos aprendiam a matemática mecanicamente, não fazendo sentido algum a eles, não conseguiam relacioná-la com seu cotidiano. Foi então que comecei a trabalhar com as TIC nas minhas aulas, como por exemplo jornal na 5ªsérie, hoje 6ºano, a criação de vídeo com a 8ªsérie/9ºano, o que me trouxe satisfação muito grande, pois hoje tenho ex-alunos professores, que relatam que minhas aulas são exemplos para eles. Por minha formação em Matemática, vi a necessidade de realizar curso em outras áreas para conhecer mais a escrita e leitura e com isso posso dizer que adoro ler e, quando surge um curso novo, fico curioso sobre o que aprenderei.
 

Francisco Claudemir Simões


Aos oito anos eu era viciado em gibi, lia todos os que podia por a mão e trocava com os colegas, os que mais gostava eram os do Batman, Super Homem, Homem Aranha, Fantasma e Flash.


Mas naquela época havia o preconceito de que gibi não era bom e minha mãe rasgava os que ela pegava, então eu lia escondido, acho que este fato me aproximou ainda mais da leitura, pois tudo que é proibido é mais gostoso.


Com estes gibis tive os primeiros contatos com a Teoria da Relatividade - Lembro de um gibi do flash em que seu sogro (que também era cientista), deu a Barry Allen que era a identidade secreta do flash um relógio extremamente preciso na esperança de que a super velocidade e a dilatação do tempo entregasse o herói. Mas teve seu plano frustrado quando Barry percebeu e adiantou o relógio.


Aos dez anos fui trabalhar em um sebo e conferia a numeração das páginas para ver se faltava alguma e ficava lendo muuuuuuuito.


Dos 16 aos 18 trabalhei em uma distribuidora de livros e revistas hehehe... nesta época li Isaac Asimov - Eu robô e me apaixonei pela ficção científica.


Ainda hoje leio tudo que me cai nas mãos e minhas filhas herdaram essa paixão.




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